segunda-feira, 27 de dezembro de 2010


O que te faz sorrir? Não somente com os lábios irmão. Com a alma, é. O que é que te faz a barriga doer, o que é que te faz derramar lágrimas dos olhos, mas de felicidade. É, o que é, irmão? Eu era uma menina, ainda sou uma menina. Mas eu era uma menina, feliz, feliz demais. Você me dizia ‘olá’ e ali estava eu sorrindo à você. Você me dizia tchau e eu estava a sorrir de novo. Podiam me jogar pedras, ou segurarem minhas mãos, eu estava a sorrir para todos. Quando perguntavam de mim, o que me defenia era sorrisos, irmão. Eu enfrentava tudo de frente com o sorriso me representando. Eu gostava de apoiar meus amigos de fé, eu gostava de dar a eles muita força quando precisavam, e até quando não, gostava de deixá-los a sorrir quando partir, e enquanto estava presente. Não gostava de ver ninguém chorar não, e ainda não gosto. Mas não deixava ninguém a chorar, não deixava ninguém a chorar, ou sorria, ou eu não partia. Comigo era assim, ou você sorria ou você sorria. Deus, me botou no mundo, irmão… Ele me botou para sorrir, ele me deu um dom, talvez fosse cuidar de todos ao meu redor. Mas eu não sei o que houve, eu me pergunto o que houve, e as respostas não surgem. Os meus sorrisos… estão presentes, mas eles, eles não são sinceros, eles não são mais com a alma. Eles fazem parte ainda, para que eu ainda tente o máximo, contribuir com quem está ao meu redor, tento transmitir. Mas e eu? Tento fazer a todos sorrirem, quero ver só o bem, os amigos, a família, o próximo, mas E EU? Talvez meu dom fosse ser sorridente, mas talvez a minha lição, a minha lição nesse mundo talvez é aprender a me superar! A minha lição talvez seria, perceber que nem todos os dias são de sol, e que as vezes aparecerá uma nuvenzinha querendo escurecer meu dia, talvez virá tempestades, talvez elas estão marcadas para permanecerem por algum tempo. Mas e aí, quando tudo parecer escuro, e eu esquecer de como fazer brotar o que havia de mais sincero e bonito em mim? Aí vem mais uma lição, tenho de ter paciência, pois as coisas estão mudando, eu estou crescendo. Pensava que se cresço, meus sorrisos cresceriam comigo, aumentariam junto à mim. Mas, não é assim. Mas com o tempo, a paciência vem junto irmão. E como diz aquele velho ditado… “Primeiro a chuva, depois o arco-íris”. Antes poderia te dizer que comigo não tem dessa, o meu arco-íris sou eu quem faz brotar. Mas hoje, eu tenho paciência, não por escolha, por necessidade. Mas calma, os meus sorrisos estão aqui, eles me pertencem e sei eu, que o que há de melhor dentro de mim, está a surgir pouco a pouco, novamente… Pois com a superação, a gente consegue. E eu, superei irmão. Superei o medo, superei as memórias antigas que estavão a impedir que novas pessoas compartilhassem a vida junto à mim. Eu superei a vontade de jogar tudo ao ar quando as coisas não saiem da maneira que eu pretendia. Eu superei a necessidade de querer tanto fazer os outros felizes, aquelas pessoas que nem sequer pensam em mim, nem sequer pensam na felicidade do próximo, só pensam em si mesmo. Não estou dizendo irmão, que eu não quero fazer os outros feliz não, estou dizendo que aqueles que se dizem tão ‘fodas’, devem serem os fodas o suficiente para serem felizes sozinhos, então. Eu não quero mais não, deixar de sorrir por mim, para sorrir por aqueles que não reconhecem. Então… eu superei talvez, a inocência que havia em mim, apesar dela ter sido a melhor coisa que já houve dentro de mim, em meu peito. Eu tive de deixar ela partir, chegou a hora! De sorriso em sorriso, cheguei aonde estou, exatamente onde eu talvez queria um dia estar…

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